O conteúdo deste guia de atuação para revisores(as) tem como finalidade a consecução dos seguintes objetivos no "processo de revisão por pares":

  • Garantir uma revisão independente e objetiva.
  • Garantir que os conteúdos dos artigos publicados apresentam uma informação clara, objetiva e comprovada da temática que se analisa.
  • Garantir que os(as) autores(as) recebem um feedback construtivo dos seus trabalhos, através de relatórios de avaliação objetivos, argumentados e orientadores, nos quais se destaquem os pontos fortes e débeis dos seus textos, com a finalidade de melhorar as suas contribuições científicas, metodológicas, técnico-profissionais e/ou político-sociais.
  • Relativamente à Secção Epistemes, assegurar que a informação e dados fornecidos estejam cientificamente disponíveis, verificáveis e atualizados, e que o artigo seja relevante para o desenvolvimento do conhecimento.
  • Relativamente à Secção Praxis, garantir a relevância para o desenvolvimento do campo profissional do Trabalho Social/ Intervenção Social e/ou das políticas sociais e/ou das práticas de Ação Comunitária e Social.

 

Estilo dos relatórios de revisão

Os(as) revisores(as) deverão elaborar o seu relatório tendo sempre em consideração as seguintes diretrizes:

  • A revisão tem uma dupla finalidade: por um lado, trata-se de um trabalho de assessoria à equipa editorial acerca da idoneidade da publicação do documento; por outro lado, é competência do(a) revisor(a) alcançar uma melhoria do trabalho apresentado, mediante a comunicação de propostas (dirigidas ao(a) autor(a)) que enriqueçam o mesmo.
    • O papel do revisor no processo editorial é o de avaliador externo, no seu âmbito cientifico-cultural e profissional, do trabalho desenvolvido por outro(a) companheiro(a) cuja identidade é desconhecida. Este papel deve circunscrever-se ao referido objetivo, realizando-se relatórios construtivos e respeitosos para com as pessoas e instituições responsáveis pelo documento, numa busca de feedback positivo que propicie o benefício da divulgação científica e profissional no campo do Trabalho Social/Intervenção Social.

Pelos motivos anteriores: 

  • As críticas e apreciações serão objetivas, estarão fundamentadas e especificadas, abstendo-se o revisor de incluir valorações pessoais ou subjetivas.
  • As críticas devem ser sempre dirigidas à argumentação e à consistência dos dados apresentados, e nunca aos autores ou autoras.
  • O tom deve ser cordial, na busca de um entendimento que encoraje e estimule a persistência do(a) autor(a) na melhoria do seu trabalho.

 

Informações sobre os aspetos a avaliar

• O manuscrito representa um desenvolvimento do conhecimento científico e/ou do desenvolvimento profissional da intervenção social, sendo, portanto, relevante para a disciplina prática ou saber específico interdisciplinar chamado de "Trabalho Social".

• Dispõe da estrutura de conteúdos, argumentação e redação exigidos pela comunidade científica para todas as revistas científicas e profissionais de qualidade, segundo os padrões da Documentação Científica.

• É de interesse para o público-alvo da Trabalho Social Global-Global Social Work. Revista de pesquisa em intervenção social.

 

Atendendo a estes objetivos, os critérios a seguir na avaliação dos manuscritos serão os seguintes:

Critérios para a avaliação de aspetos gerais

  • Grau de originalidade do trabalho.
  • Relevância do trabalho para o progresso da disciplina ou área do saber "Trabalho Social".
  • Participações diretas ou indiretas no desenvolvimento profissional do trabalho social-intervenção social.
  • Implicações éticas, culturais, sociais, políticas e económicas do trabalho para a potenciação dos Direitos Humanos, da Justiça Social e do Desenvolvimento Democrático-Social em geral.

 

Critérios para a avaliação de aspetos específicos, segundo as Secções da revista

 

A) ASPETOS COMUNS:

  • Redação/estilo. Será avaliada a clareza e precisão na exposição do texto, na sua totalidade, com especial interesse na abordagem do tema central. Por sua vez, a valoração crítica do manuscrito pelos revisores deve estar escrita em tom objetivo, proporcionando citações exatas do mesmo ou referências de interesse para expor a sua argumentação e justificá-la..
  • Linguagem: caso um manuscrito apresente erros gramaticais, estilo desrespeitoso para com pessoas concretas ou uma linguagem demasiado rebuscada que dificulte a leitura, afastando-se, portanto, da linguagem científica, o trabalho do revisor não passará pela correção do mesmo, mas sim por informar estas circunstâncias ao Editor da Revista o qual devolverá o texto aos(às) autores(as) para que, caso aplicável, seja modificado de acordo com os parâmetros exigíveis para a respetiva publicação. Deverá haver um esforço, igualmente, para reduzir tanto quanto possível, e com sensatez linguística, a linguagem sexista.
  • Título, resumo e palavras-chave.título (e subtítulo, caso exista),o resumo e as as palavras-chave devem descrever, o mais exatamente possível, o conteúdo do artigo. O(a) revisor(a) especificará se algum destes pontos requer ampliação, redução ou supressão, justificando sempre este requerimento com argumentações suficientes e concisas.
  • Introdução. Todos os trabalhos, para qualquer das secções, devem começar por uma introdução que aborde o conteúdo e as pretensões do artigo, para melhor informar o leitor e permitir que este inicie a leitura de uma maneira ativa. A Introdução nunca deverá exceder 10% do conjunto do texto (excluindo a bibliografia).
  • Conclusões. Todos os trabalhos, para qualquer das secções, deverá ser encerrado com Conclusões que sintetizem e enfatizem as aquisições e contribuições do mesmo. As Conclusões nunca deverão exceder 10% do conjunto do texto (excluindo a bibliografia).
  • Apresentação de tabelas e/ou gráficos. Sempre com a citação da fonte na parte inferior. Ou informando se é de elaboração própria, total ou parcial.
  • Citações e referências. Serão avaliadas a pertinência e validade das citações textuais ou do resumo, bem como as notas de referência que as acompanham necessariamente, segundo as  Normas APA 7 Ed.

 

B) ASPETOS ESPECÍFICOS DA SECÇÃO “EPISTEMES”

B.1) Para o tipo de artigo “Comunicação de Investigação” (ou “artigo de base empírica”)”):

O(a) revisor(a) terá em conta se o autor, ou autora, optou por expor o artigo na modalidade de formato padronizado (IMRYD):  Introdução. Metodologia. Resultados e Discussão/Conclusões. Ou se optou pela  modalidade de formato não padronizado (ver estrutura do manuscrito em Instruções para Autores)

  • Metodologia. Neste bloco pretende-se avaliar se os métodos de investigação e os critérios analíticos foram escolhidos acertadamente, em congruência com as abordagens teóricas e com a problemática de investigação. O(a) autor(a) deve precisar, neste item, como procedeu à recolha de dados, assim como o processo e instrumentos utilizados para dar resposta às perguntas de investigação ou às hipóteses levantadas.
  • Resultados. Será avaliada a exposição clara dos argumentos invocados e, caso aplicável, dos resultados obtidos na análise dos mesmos. A sua exposição deve ser clara e seguir uma sequência lógica.
  • Discussão e Conclusões. Será tida em conta a qualidade da discussão crítica dos resultados, assim como a clareza e capacidade de síntese das conclusões.

 

B.2) Para o artigo de “Revisões teórico-documentais” (ou “artigo teórico”):

O(a) revisor(a) terá em conta se o autor, ou autora, optou por expor o artigo na  modalidade de formato padronizado (Introdução. Materiais e fontes documentais. Discussão crítica. Conclusões). Ou se optou pela  modalidade de formato não padronizado (ver estrutura do manuscrito em Instruções para autores/as)

  • Introdução Conclusões. Seguirá os mesmos critérios expostos para as outras modalidades.
  • Materiais e fontes. Tratando-se de um trabalho de revisão bibliográfica, a revisão examinará a riqueza e variedade da documentação, o grau de amplitude do material trabalhado, o grau de trabalho com as fontes primárias ou originais em comparação com os tratados, revisões, comentários, etc., a atualização da bibliografia, a variedade de comunidades linguístico-culturais utilizadas (sejam na língua original ou traduções), etc.
  • Discussão crítica. Ter-se-á em conta, de forma determinante, a qualidade, a amplitude, a originalidade e pertinência da discussão crítica dos materiais estudados apresentados no artigo.

 

C) ASPETOS ESPECÍFICOS DA SECÇÃO “PRAXIS”

Como os trabalhos para a Secção "Praxis" têm um caráter mais aberto e flexível, quanto ao formato ou estrutura do texto, o(a) revisor(a) atenderá, principalmente, ao facto de se o trabalho pertence a algum dos tipos publicáveis pela Trabalho Social Global, se respeita as pautas comuns para os itens obrigatórios para todas as secções (Introdução, Conclusões, Bibliografia, etc.), e, especificamente, se supõe uma abordagem relevante para o desenvolvimento profissional do Trabalho Social, para o intercâmbio internacional de experiências relevantes e/ou consciência crítica e reflexivo da ação profissional, ou representa uma contribuição relevante para o desenvolvimento democrático-social.

 

Recomendação final acerca do manuscrito

Como consequência da avaliação realizada, a pessoa que efetuou a revisão do manuscrito comunicará à revista a sua recomendação a respeito do mesmo. Para tal, marcará a opção correspondente, tanto no "Formulário de revisão" fornecido pela revista, como na plataforma digital (passo 7 do processo de revisão).

O(a) revisor(a) marcará uma destas quatro opções:

  • Aceitar envio: quando considerar que o trabalho deve publicar-se na mesma versão que foi submetida a avaliação, ainda que o seu relatório possa conter sugestões e/ou correções concretas que recomende que sejam incorporadas antes da publicação.
  • Revisões necessárias: quando considerar que o trabalho poderá ser publicado, sempre e quando o (a) autor(a) realize as melhorias pormenorizadas no relatório.
  • Reenviar para revisão: quando as recomendações e melhorias propostas na avaliação aconselham uma reelaboração do trabalho por parte do(a) autor(a), e sua posterior submissão a uma segunda ronda de revisão por pares (pelos mesmos avaliadores da primeira ronda), adiando-se até à realização desta segunda avaliação, a decisão respeitante à sua publicação. Sendo assim, não se marcará a opção "reenviar para revisão" quando o manuscrito já se encontre numa segunda ronda de revisão por pares, devendo os(as) avaliadores(as) decidir, neste caso, entre a publicação (com ou sem modificações) ou a rejeição do trabalho.
  • Rejeitar envio: quando a avaliação realizada sobre o trabalho forneça critérios claros e fundamentados que desaconselhem a sua publicação, inclusive mesmo se o autor ou autora tenha reelaborado o seu trabalho em conformidade com a referida avaliação.

A opção “ver comentários” que o(a) revisor(a) poderá encontrar no destacável da plataforma digital, deverá apenas ser utilizada no caso de nenhuma das opções anteriores se ajustar à recomendação que pretenda fazer e que tenha sido especificada nos seus comentários dirigidos à editora.