Serviço Social e Prática Eco-Social: Promover sustentabilidade através da intervenção comunitária

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30827/tsg-gsw.v15.30141

Palabras clave:

Serviço Social, Prática Eco-Social, Sustentabilidade, Intervenção Comunitária, Envolvimento da População, Programa Bairros Saudáveis

Resumen

O Serviço Social enquanto área de conhecimento e profissão de intervenção na realidade social tem estado desperto para a questão ambiental e ecológica e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030. Nas últimas quatro décadas, sobretudo no contexto europeu, passos importantes têm sido dados no Serviço Social de modo a incutir uma consciência ecológica em formulações teóricas, modelos de intervenção e prática profissional (Rocha, 2015). Enquadradas concetualmente na perspetiva eco-social do Serviço Social e no modelo Eco-Social consideramos que a intervenção comunitária é uma área fundamental para a promoção de sustentabilidade. Salienta-se que foram consideradas as áreas social, ambiental e económica como pilares da sustentabilidade de acordo com Sachs (2015).

O objetivo principal da pesquisa pretendia verificar e identificar práticas de sustentabilidade em 246 projetos de intervenção comunitária desenvolvidos em Portugal continental desde meados 2020. Pretendeu-se refletir sobre a variedade dos tipos de projetos, objetivos, atividades e áreas de intervenção em projetos comunitários, de forma a identificar diferentes práticas de sustentabilidade. Por forma a concretizar este objetivo, realizou-se uma pesquisa e recolha documental de cada projeto, recorrendo ao site oficial do Programa Bairros Saudáveis.  

Neste estudo exploratório e qualitativo, a análise dos dados concretizou-se com recurso ao software MAXQDA e identificou-se cinco áreas de intervenção: social, ambiental, saúde, económica e urbana. Pela descrição dos objetivos e das ações desenvolvidas em cada projeto, descobriu-se que os três pilares da sustentabilidade (social, ambiental e económico) foram simultaneamente identificados como áreas de intervenção por 35,8% dos projetos. De referir ainda que 22,8% dos projetos identificaram simultaneamente dois dos três pilares de sustentabilidade, mais especificamente o social e o ambiental. Os pilares social e económico foram trabalhados como áreas de intervenção por 13,8% dos projetos. Além destes, 26% dos projetos identificaram unicamente um dos pilares como área de intervenção. O social foi identificado em 24,8% dos projetos; o ambiental em 0,8% e o económico em 0,4%. Analisando em maior detalhe os 35,8% projetos com atuação nos três pilares da sustentabilidade verificou-se que foram desenvolvidas atividades especificas em cada um dos pilares da sustentabilidade, sendo o pilar Social o que obtém mais ações desenvolvidas (191), seguido do Ambiental (79) e do Económico (51).

Procurou-se também identificar o tipo de envolvimento da comunidade nas intervenções comunitárias com atuação nos três pilares da sustentabilidade e descobriu-se que, a comunidade foi envolvida em 50% dos projetos.

Da análise a estes projetos de intervenção comunitária, identificou-se o desenvolvimento de práticas que articulam ações especificas nos pilares de sustentabilidade. Questiona-se a durabilidade dos efeitos/impactos promovidos por estes projetos, considerando o envolvimento da comunidade nos mesmos.

Descargas

Biografía del autor/a

Daniela Freitas, Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa

Graduada en Trabajo Social en 2011. Maestría en Sociología en 2015 en la Universidad de Coimbra.
Doctorado en Trabajo Social en el Iscte-IUL en 2020, con la tesis titulada "Trabajo Social y Desarrollo Sostenible: Intervención Ecosocial".

Helena Belchior-Rocha, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa

Professora Auxiliar/Assistant Professor. Coordenação do 1º ano da Licenciatura em Serviço Social/ 1st year Coordinator- Social Work graduation. Sub-directora do Laboratório de Competências Transversais-LCT/ Sub-director of the Soft Skills Lab. Coordenadora do Núcleo de Competencias Transversais - LCT/ Soft Skills Coordinator. Investigadora integrada do CIES/Integrated reseacher of CIES. https://ciencia.iscte-iul.pt/authors/helena-maria-belchior-campos-costa-lourenco-rocha

Citas

Bailey, S.; Hendrick, A., & Palmer, M. (2018). Eco-social Work in Action: A Place for Community Gardens. Australian Social Work, 71(1), 98-110. https://doi.org/10.1080/0312407X.2017.1384032 DOI: https://doi.org/10.1080/0312407X.2017.1384032

Boetto, H. (2017). A transformative eco-social model: Challenging modernist assumptions in social work. British Journal of Social Work, 47(1), 48-67. https://doi.org/10.1093/bjsw/bcw149 DOI: https://doi.org/10.1093/bjsw/bcw149

Cuadra, C., & Eydal, G. (2018). Towards a green social work curriculum. In L. Dominelli (Ed.), The Routledge Handbook of Green Social Work (pp. 522-534). Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315183213-44

Dominelli, L. (2010). Globalization, contemporary challenges and social work practice. International Social Work 53 (5), 599-612. https://doi.org/10.1177/0020872810371201 DOI: https://doi.org/10.1177/0020872810371201

Dominelli, L. (2018). The Routledge Handbook of Green Social Work. Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315183213

Ellis, L., Nappan, K., & O'Donoghue, K. (2018). Green social work education in Aetearoa/New Zealand. In L. Dominelli (Ed.), The Routledge Handbook of Green Social Work (pp. 535-546). Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315183213-45

Healy, K. (2012). Social work methods and skills: The essential foundations of practice. Palgrave Macmillan. DOI: https://doi.org/10.1007/978-0-230-36199-7

Helne, T., & Hirvilammi, T. (2017). The relational conception of wellbeing as a catalyst for the ecosocial transition. In A. Matthies & K. Narhi (Eds.), The ecosocial transition of societies: The contribution of social work and social policy (pp. 36-53). Routledge.

Howe, D. (2009). A Brief Introduction to Social Work Theory. Palgrave Macmillan. DOI: https://doi.org/10.1007/978-0-230-36523-0

Jones, P. (2018). Greening social work education: Transforming the curriculum in pursuit of eco-social justice. In L. Dominelli (Ed.), The Routledge Handbook of Green Social Work (pp. 558-568). Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315183213-47

Matthies, A. (2017). The conceptualization of ecosocial transition. In A. Matthies & K. Narhi (Eds.), The ecosocial transition of societies: The contribution of social work and social policy (pp. 17-35). Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315615912

Matthies, A-L.; Stamm, I.; Hirvilammi, T., & Närhi, K. (2019). Ecosocial innovations and their capacity to integrate ecological, economic and social sustainability transition. Sustainability, 11(7), 2107. https://doi.org/10.3390/su11072107 DOI: https://doi.org/10.3390/su11072107

Marques, E. (2016). Serviço Social Azul: contributo para um desenvolvimento comunitário ecológico de base local. O trabalho artístico, social e ambiental de Jason de Caires Taylor. Espacios Transnacionales 3 (6), 132-139.

Molyneux, R. (2010). The practical realities of ecosocial work: A review of the literature. Critical Social Work, 11(2), 61-69. https://doi.org/10.22329/csw.v11i2.5824 DOI: https://doi.org/10.22329/csw.v11i2.5824

Närhi, K., & Matthies, A.L. (2018). The ecosocial approach in social work as a framework for structural social work. International Social Work 61(4), 490-502. https://doi.org/10.1177/002087281664466 DOI: https://doi.org/10.1177/0020872816644663

Peeters, J. (2012). The place of social work in sustainable development: Towards ecosocial practice. International Journal of Social Welfare, 21(3), 287-298. https://doi.org/10.1111/j.1468-2397.2011.00856.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1468-2397.2011.00856.x

Rambaree, K. (2020). Environmental social work: Implications for accelerating the implementation of sustainable development in social work curricula. International Journal of Sustainability in Higher Education, 21(3), 557-574. https://doi.org/10.1108/IJSHE-09-2019-0270 DOI: https://doi.org/10.1108/IJSHE-09-2019-0270

Rocha, H. (2015). Serviço Social e Ambiente: a sustentabilidade ecológica das comunidades socialmente vulneráveis [Tese de doutoramento, Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa]. http://hdl.handle.net/10071/11964

Rocha, H. (2018). Social work practices and the ecological sustainability of socially vulnerable communities. Sustainability (Switzerland), 10(5), 1312. https://doi.org/10.3390/su10051312 DOI: https://doi.org/10.3390/su10051312

Rocha, H., & Ferreira J. (2017). An ecosocial model for sustainability of vulnerable communities. In A. Matthies & K. Narhi (Eds.), The ecosocial transition of societies: The contribution of social work and social policy (pp. 139-157). Routledge.

Sachs, J. (2015). The age of sustainable development. University Press. DOI: https://doi.org/10.7312/sach17314

Stepney, P. (2018) Community Social Work. In N. Thompson & P. Stepney (Eds.), Social Work Theory and Methods: The essencials (pp.227-239). Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315210223-20

Teixeira, S., & Krings, A. (2015). Sustainable Social Work: An Environmental Justice Framework for Social Work Education. Social Work Education, 34(5), 513-527. https://doi.org/10.1080/02615479.2015.1063601 DOI: https://doi.org/10.1080/02615479.2015.1063601

Descargas

Publicado

2025-07-10

Cómo citar

Freitas, D., & Belchior-Rocha, H. (2025). Serviço Social e Prática Eco-Social: Promover sustentabilidade através da intervenção comunitária. Trabajo Social Global-Global Social Work, 15, 106–129. https://doi.org/10.30827/tsg-gsw.v15.30141

Número

Sección

Epistemes
Bookmark and Share