Inteligência Artificial e Criatividade Humana: entre reflexo e reflexão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30827/dreh.23.2025.33670

Resumo

Ao longo da história, o conceito de criatividade passou por transformações significativas. Do mesmo modo, a filosofia ofereceu as bases para a ciência, que, por sua vez, impulsionou descobertas inimagináveis em várias áreas do conhecimento. A criatividade sempre foi o fio condutor dessas transformações. No entanto, atualmente, a Inteligência Artificial (IA) atua como coadjuvante nesse cenário. Este artigo explora a relação entre criatividade e IA e analisa sua integração aos avanços científicos na era tecnológica. A partir de uma abordagem teórica e filosófica, o mito de Narciso foi utilizado como metáfora, para analisar como a criatividade pode ser vista em tempos de IA. Sua ascensão suscita debates sobre os limites entre a criação humana e sistemas tecnológicos. O estudo aponta para a necessidade de discutir a criatividade diante da interação do homem e da máquina. A atuação da IA é identificada como catalisadora de novos processos criativos e científicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Suellen Cristina Rodrigues, Universidade de Brasília

Doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar pela Universidade de Brasília (UnB).

Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar pela UnB (2021).

Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2011).

Licenciada em Pedagogia (2018).

Desenvolve pesquisas sobre criatividade, ciência e tecnologia, com foco em práticas educativas inovadoras, comunicação científica e processos de criação em contextos interdisciplinares.

Asdrúbal Borges Formiga Sobrinho, Universidade de Brasília

Pós-doutorado em Educação, na UnB (2024), e em Comunicação e Psicologia naUniversidade de Aalborg, na Dinamarca (2017).

Doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da UnB.

Professor do Departamento de Processos Psicológicos Básicos e do Programa de Pós-graduação em Processos de Desenvolvimento e Educação do Instituto de Psicologia da UnB.

Editor associado da revista Psicologia: Teoria e Pesquisa.

Pesquisa sobre processos de colaboração, criatividade e comunicação nos contextos educacional e profissional. 

Regenilson, Universidade Católica de Pernambuco

Doutorando em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP - PE, Brasil.

Referências

Alsaleh, A. (2024). The impact of technological advancement on culture and society. Scientific Reports, 14(2) 1-14. https://doi.org/10.1038/s41598-024-83995-z DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-024-83995-z

Amabile, T. M. (1996). Creativity in context. Westview Press.

Anderson, B. R., Shah, J. H., & Kreminski, M. (2024). Homogenization effects of large language models on human creative ideation. Proceedings of the Creativity and Cognition Conference (C&C ’24) (pp. —–). ACM. https://doi.org/10.1145/3635636.3656204 DOI: https://doi.org/10.1145/3635636.3656204

Arão, C. (2024). Por trás da inteligência artificial: uma análise das bases epistemológicas do aprendizado de máquina. Trans/Form/Ação, 47(3), 1-18. https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n3.e02400163 DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n3.e02400163

Bellman, R. (1978). An introduction to artificial intelligence: can computers think? San Francisco (USA): Boyd & Fraser.

Boden, M. A. (2009). Computer models of creativity. AI Magazine, 30(3), 23–34. https://doi.org/10.1609/aimag.v30i3.2254 DOI: https://doi.org/10.1609/aimag.v30i3.2254

Boden, M. A. (2016). AI: Its Nature and Future. Oxford University Press.

Burton, N. (2023). The Gang of Three: Socrates, Plato, Aristotle. Acheron Press.

Camargo, T. D.; Camargo, T. S.; Souza, D. O. G. (2020). As mudanças nas concepções de ciência e educação na história do ocidente: A conjunturalidade dessas noções e suas adaptações para o século XXI. Humanidades e Inovação, 7(6), 150-163. https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/2699

Chauí, M. (2019). Introdução à história da filosofia – Dos pré Socráticos a Aristóteles. Companhia das Letras.

Coelho, H., S. (2022). O pensamento crítico: história e método. Juiz de Fora - Minas Gerais (Brasil): Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Cordeiro, L. P. (2024). O impacto da desinformação no debate público e a regulação na era digital. Interdisciplinar, 28(139), s.p. https://doi.org/10.69849/revistaft/th102410011607 DOI: https://doi.org/10.69849/revistaft/th102410011607

Costa, C.E. (2021). Sócrates, Platão e Aristóteles Para Mentes Disruptivas. Atsoc Editions.

Crochík, J. L.; Massola, G. M.; Svartman, B. P. (2017). O ensaio e as bombas. Psicologia USP, 28(1), 1-4. https://doi.org/10.1590/0103-656420172801 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-656420172801

Csikszentmihalyi, M. (1996). Creativity: Flow and the psychology of discovery and invention. Harper Collins.

Cui, X.; Zhang, X.; Zhang, Y.; Liu, S.; Jiang, R. (2024). Discrete latent embedding of single-cell chromatin accessibility sequencing data for uncovering cell heterogeneity. Nature Computational Science, 3(2), 123-134. https://doi.org/10.1038/s43588-024-00625-4 DOI: https://doi.org/10.1038/s43588-024-00625-4

Delmazo, C.; Valente, J. C. L. (2018). Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo, 18(32), 155-169. http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622018000100012&lng=pt&tlng=pt. DOI: https://doi.org/10.14195/2183-5462_32_11

Dogaru, L. (2020). The Main Goals of the Fourth Industrial Revolution. Renewable Energy Perspectives. Procedia Manufacturing, 46(20), 397-401. https://doi.org/10.1016/j.promfg.2020.03.058 DOI: https://doi.org/10.1016/j.promfg.2020.03.058

Farrokhnia, M.; Banihashem, S. K.; Noroozi, O.; Wals, A. (2023). A SWOT analysis of ChatGPT: Implications for educational practice and research. Innovations in Education and Teaching International, 61(3), 460-474. https://doi.org/10.1080/14703297.2023.2195846 DOI: https://doi.org/10.1080/14703297.2023.2195846

Fernandes, A. (2024). The Replacement of What? Artificial Intelligence, Creativity and (More-than-) Humanness. Journal of Creative Communications, 20(1), 11-22. https://doi.org/10.1177/09732586241275955 DOI: https://doi.org/10.1177/09732586241275955

Feist, G. J.; Gorman, M. E. (2013). Handbook of the Psychology of Science. Springer Publishing Company.

Floridi, L. (2014). The Fourth Revolution: How the Infosphere is Reshaping Human Reality. Oxford University Press.

Floridi, L.; Cowls, J.; Beltrametti, M.; Chatila, R.; Chazerand, P.; Dignum, V.; ... Vayena, E. (2018). AI4 People—An ethical framework for a good AI society: Opportunities, risks, principles, and recommendations. Minds and Machines, 28(4), 689-707. https://doi.org/10.1007/s11023-018-9482-5 DOI: https://doi.org/10.1007/s11023-018-9482-5

Frandaloso, J. M.; Leite, M. A. (2022). Da verdade absoluta ao relativismo do conhecimento científico: Um olhar para as pesquisas em educação. Revista Ibero-Americana de Estudos Em Educação, 17(2), 1426-1444. https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15825 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15825

Gabora, L.; Kaufman, S. B. (2010). Evolutionary Approaches to Creativity. In Kaufman, J.; Sternberg, R. (Eds.), The Cambridge Handbook of Creativity (pp. 279-300). Cambridge (UK): Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511763205.018

Gandhi, S.; Kang, J. (2013). Nuclear safety and nuclear security synergy. Annals of Nuclear Energy, 60(2), 541-547. https://doi.org/10.1016/j.anucene.2013.05.040 DOI: https://doi.org/10.1016/j.anucene.2013.05.002

Glăveanu, V. P. (2010). Paradigms in the study of creativity: Introducing the perspective of cultural psychology. New Ideas in Psychology, 28(1), 79-93. https://doi.org/10.1016/j.newideapsych.2009.07.007 DOI: https://doi.org/10.1016/j.newideapsych.2009.07.007

Guilford, J. P. (1950) Creativity. American Psychologist, 5(2), 444-454. http://dx.doi.org/10.1037/h0063487 DOI: https://doi.org/10.1037/h0063487

Hashimoto, D. A.; Rosman, G.; Rus, D.; Meireles, O. R. (2018). Artificial intelligence in surgery: promises and perils. Annals of Surgery, 268(1), 70. https://doi.org/10.1097%2FSLA.0000000000002693 DOI: https://doi.org/10.1097/SLA.0000000000002693

Hessel, A. M. D. G.; Lemes, D. de O. (2023). Criatividade da inteligência artificial generativa. Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, 28(2), 119-130. https://doi.org/10.23925/1984-3585.2023i28p119-130 DOI: https://doi.org/10.23925/1984-3585.2023i28p119-130

Jacobs, N. (2020). Two ethical concerns about the use of persuasive technology for vulnerable people. Bioethics, 34(5), 519-526. https://doi.org/10.1111/bioe.12683 DOI: https://doi.org/10.1111/bioe.12683

Júnior. S. J. V. (2019). Arte e inteligências artificiais: implicações para a criatividade. ARS, 17(35), 1-17. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2019.152262 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2019.152262

Kant, I. (1781/2020). Crítica da Razão Pura. Edição Especial, Edipro.

Kaufman, J. C. (2016). Creativity 101. Springer publishing company. DOI: https://doi.org/10.1891/9780826129536

Korteling, J. E.; Hans van de Boer-Visschedijk, G. C.; Blankendaal, R. A. M.; Boonekamp, R. C.; Eikelboom, A. R. (2021). Human - versus Artificial Intelligence. Frontiers in Artificial Intelligence, 4(2), 622364. https://doi.org/10.3389/frai.2021.622364 DOI: https://doi.org/10.3389/frai.2021.622364

Kozlov, M. (2023). ‘Disruptive’ science has declined — and no one knows why. Nature, 615(79), 613-625. https:// doi: 10.1038/d41586-022-04577-5 DOI: https://doi.org/10.1038/d41586-022-04577-5

Kotz, S. C. R.; Formiga-Sobrinho, A. B. (2023). Práticas de promoção à criatividade científica entre estudantes adolescentes: uma revisão sistemática. Linhas Críticas, 29, e49473. https://doi.org/10.26512/lc29202349473 DOI: https://doi.org/10.26512/lc29202349473

Kotz, S. C. R.; Formiga-Sobrinho, A. B. (2024). Analysis of creativity based on individual beliefs: A study with architects pursuing teaching careers. In Valquaresma, A.; de Paula, L. D.; Rodney, T. K. (Eds.), Creativity and learning: Navigating transformative perspectives for complex and contemporary environments (pp. 165-185). Palgrave Macmillan. https://doi.org/10.1007/978-3-031-73393-2_7 DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-031-73393-2_7

Kumar, S.; Verma, A. K.; Mirza, A. (2024). Digital Revolution, Artificial Intelligence, and Ethical Challenges. In: Digital Transformation, Artificial Intelligence and Society. Frontiers of Artificial Intelligence, Ethics and Multidisciplinary Applications. Springer. https://doi.org/10.1007/978-981-97-5656-8_11 DOI: https://doi.org/10.1007/978-981-97-5656-8_11

Kuhn, T. S. (1998/2013). A estrutura das revoluções científicas. Perspectiva.

Lubart, T. (2007). Psicologia da criatividade. Artmed.

Moura, B. A. (2014). O que é natureza da ciência e qual sua relação com a História e Filosofia da Ciência. Revista Brasileira de História da Ciência, 7(1), 32-46. https://doi.org/10.53727/rbhc.v7i1.237 DOI: https://doi.org/10.53727/rbhc.v7i1.237

Nicolaci-da-Costa, A. M. (2002). Revoluções tecnológicas e transformações subjetivas. Psicologia Teoria e Pesquisa, 18(2) https://doi.org/10.1590/S0102-37722002000200009 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-37722002000200009

Nissenbaum, H.; Walker, D. (1998). A grounded approach to social and ethical concerns about technology and education. Journal of Educational Computing Research, 19(4), 411-432. https://doi.org/10.2190/VGRE-64CD-BY1N-L89M DOI: https://doi.org/10.2190/VGRE-64CD-BY1N-L89M

Nóbrega, J. C. S.; Maia, T. F.; Freitas, M. B. de S.; Bezerra Neto, F. das C.; Caiana, C. R. A. (2021). As Revoluções Industriais no avanço de tecnologias inovadoras no desenvolvimento da educação 4.0. Informativo Técnico Do Semiárido, 15(1), 232-239. https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/INTESA/article/view/8506

Ovídio. (2023). Metamorfoses (R. T. Gonçalves, Trad.). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 8 d.C.).

Park, M.; Leahey, E.; Funk, R.J. (2023). Papers and patents are becoming less disruptive over time. Nature, 613(85), 138-144. https://doi.org/10.1038/s41586-022-05543-x DOI: https://doi.org/10.1038/s41586-022-05543-x

Popper, K. (1959/2013). A lógica da pesquisa científica. Cultrix.

Porto-Ribeiro, M.; Fleith, D. S. (2018). Criatividade e Multiculturalismo: Revisão da literatura. Temas em Psicologia, 26(2), 943-956. https://doi.org/10.9788/TP2018.2-15Pt DOI: https://doi.org/10.9788/TP2018.2-15Pt

Runco, M. A. (2007). A hierarchical framework for the study of creativity. New Horizons in Education, 55(3), 1–9. https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ832891.pdf

Runco, M. A.; Jaeger, G. J. (2012). The standard definition of Creativity. Creativity Research Journal, 24(1), 92-96. https://doi.org/10.1080/10400419.2012.650092 DOI: https://doi.org/10.1080/10400419.2012.650092

Russell, B. (2015) História da filosofia ocidental. (Tradução Hugo Langone - 2.ª ed.). Nova Fronteira.

Russell S.; Norvig P. (2016). Artificial Intelligence: A Modern Approach. Pearson Education Limited.

Russell, S.; Norvig, P. (2020). Artificial Intelligence: A Modern Approach (4.ª ed.). Prentice Hall.

Sawyer, R. K.; Henriksen, D. (2024). Explaining Creativity: The science of human innovation. Oxford (UK): Oxford University Press. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780197747537.001.0001

Simonton, D. K. (1997). Historiometric-Studies of Creative Genius. In Runco, M. A. (Ed.) The Creativity Research Handbook (pp. 3-28). Hampton Press.

Song, H.; Liang, H.-N.; Liu, L.; Ma, J.; Huang, X. (2019). A hybrid data security system of Internet of Things. IEEE Conference, 25(2), 1-13 https://doi.org/10.1109/ICBDA.2019.8713221 DOI: https://doi.org/10.1109/ICBDA.2019.8713221

Sternberg, R. J. (2012). The Assessment of creativity: An investment-based approach. Creativity Research Journal, 24(1), 3-12. https://doi.: 10.1080/10400419.2012.652925 DOI: https://doi.org/10.1080/10400419.2012.652925

Sternberg, R. J.; Lubart, T. (2022). Beyond defiance: An augmented investment perspective on Creativity. The Journal of Creative Beahaviour, 12(1), 50-65. https://doi.org/10.1002/jocb.567 DOI: https://doi.org/10.1002/jocb.567

Torrance, E. P. (1966). Torrance Testes of Creative Thinking: Figural and Verbal Forms. Personal Press.

Valle, M.; Pancetti, A. (2009). A transformação do mundo pela escrita. Comciência, 113(1), 1-12. https://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542009000900002&lng=pt&nrm=iso

Velho, L. (2011). Conceitos de Ciência e a Política científica, tecnológica e de inovação. Sociologias, 13(26), 128-153. https://doi.org/10.1590/S1517-45222011000100006 DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-45222011000100006

Vinchon, F.; Lubart, T.; Bartolotta, S.; Gironnay, V.; Botella, M.; Bourgeois-Bougrine, S.; Burkhardt, J.-M.; Bonnardel, N.; Corazza, G. E.; Glăveanu, V.; Hanson, M. H.; Ivcevic, Z.; Karwowski, M. Kaufman, J. C.; Okada, T.; Reiter-Palmon, R.; Gaggioli, A. (2024). Artificial Intelligence & Creativity: A Manifesto for Collaboration. The Journal of Creative Behavior, 57(4), 472-484. https://doi.org/10.1002/jocb.597 DOI: https://doi.org/10.1002/jocb.597

Yiu, M.; Li, W.; Yu, Y. (2024). Deep learning large-scale drug discovery and repurposing. Nature Computational Science, 4(2), 600-614. https://doi.org/10.1038/s43588-024-00679-4 DOI: https://doi.org/10.1038/s43588-024-00679-4

Zimmerman, C.; Croker, S. (2013). Learning science through inquiry. In Feist, G. J.; Gorman, M. E. (Eds.) Handbook of the Psychology of Science (pp. 49-70). Springer Publishing Company.

Downloads

Publicado

2025-07-15

Como Citar

Kotz, S. C. R., Sobrinho, A. B. F., & Santos , R. V. (2025). Inteligência Artificial e Criatividade Humana: entre reflexo e reflexão. DEDiCA. Revista De Educação E Humanidades, (23), 283–303. https://doi.org/10.30827/dreh.23.2025.33670

Edição

Secção

Artigos